Publicações são exemplos de interdisciplinaridade. Compartilham conhecimentos adquiridos em diversas disciplinas, com textos, fotos e ilustrações sobre história, geografia, ciências, cultura e atualidades. Até mesmo a culinária ganhou destaque em deliciosas receitas.

A turma do 6º ano da Escola Terra Firme produziu e publicou revistas digitais com conteúdos diversificados, significativos e atuais, organizando e compartilhando os conhecimentos adquiridos em seus projetos de estudo. A ideia surgiu na aula de Língua Portuguesa, ministrada pela professora Maria Carolina de Almeida Amaral, e se estendeu a outras disciplinas. A ferramenta digital utilizada foi o FlipBook, um aplicativo que possibilita a criação de livros e revistas eletrônicas com qualidade profissional.

“Tive a ideia e ia desenvolvê-la nas aulas de Língua Portuguesa, mas os alunos começaram a falar sobre a possibilidade de unir o que estavam aprendendo nas outras matérias”, explica Maria Carolina, a “Miss Carol”, que também ministra aulas de Língua Inglesa, do 2º ao 5º ano. Outros professores toparam participar e o trabalho se desenvolveu em um clima participativo. “Então, o que estava sendo trabalhado nas outras disciplinas se transformava em conteúdo para a revista. Em Espanhol, por exemplo, a professora Sarah [Sarah Pimentel Palacio Garcia] convidou alguns hispano-falantes para serem entrevistados pela turma. O material produzido nesses encontros foi depois elaborado para compor uma matéria da revista”.

Trabalho coletivo com escuta e diálogo

A professora conta que a turma foi dividida em pequenos grupos, com liberdade para construir a materialidade da revista da forma que preferissem, a partir das atividades propostas pelos professores. “Assim, ao longo do trabalho, fomos identificando as maiores dificuldades e questões do grupo. Discutimos, por exemplo, questões sobre manejo de ferramentas digitais, revisão e edição textual, diagramação e disposição de informações no texto, a importância da coleta de fontes confiáveis e direitos de autoria de escrita”, diz.

Segundo Miss Carol, além dos conteúdos, foi discutida a importância da escuta e do diálogo, com a reflexão acerca do papel de cada um no grupo, bem como do uso de ferramentas digitais. “Afinal, saber trabalhar coletivamente é, de muitas maneiras, uma das mais importantes habilidades que qualquer jovem pode desenvolver. A escolha do formato de revista eletrônica se deu porque a tecnologia desempenha um papel importante na vida dessas crianças e constatamos que são poucos os jornais e revistas voltados a esse público”.

Cabras selvagens invadem cidade em quarentena no Reino Unido. Fotografia: Christopher Furlong. Direitos autorais: 2020 Getty Images. Link para localidade original da imagem

Revistas abordam história, ciências, culinária e atualidades

Foram produzidas 3 revistas, abordando temas gerais – como a composição do planeta Terra e seus fenômenos naturais – e históricos – com ilustrações e textos sobre a estrutura social no Império Romano. Virando as páginas, também se encontram informações sobre as pesquisas científicas relativas à Covid-19 e as manifestações contra o racismo nos Estados Unidos, além de entrevistas, receitas culinárias e curiosidades, como invasões de animais às cidades durante a quarentena.

Acesse as revistas https://sites.google.com/escolaterrafirme.com.br/cubodeinformacoes

Experiência trouxe aprendizagem

A aluna Helena Marçal Menezes participou da produção de uma das revistas, a Ponto Final, e avalia a experiência de forma bastante positiva. “Foi legal, desafiadora e houve muita aprendizagem”. Segundo ela, o mais difícil foi o trabalho em grupo, com o natural atrito de ideias, mas as dificuldades foram vencidas. “Acho que foi um resultado bom pois conseguimos juntar personalidades totalmente diferentes em apenas uma revista, podendo fazer com que cada um se veja nela”.

Gunther Furtado é pai de Miguel, do grupo que produziu a Revista Bamm, e acompanhou o trabalho do filho. “Acompanhei o processo todo. O grupo se organizou muito rapidamente, foi bem natural o trabalho em equipe. Todo mundo fez um pouco”, explica. Segundo ele, apesar do Miguel preferir trabalhar sozinho, não teve problemas na integração com os colegas. O grupo entendeu que precisava ser prático e as dificuldades se limitaram a questões técnicas. “Eles entenderam a noção de que a revista tinha que ter um ‘jeitão’, foram dividindo tarefas e produzindo sem titubear. O que tiveram de dúvidas foram mais questões relativas a onde postar, como mandar de um lado pro outro”.