A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) determina que a ginástica é uma das unidades temáticas que devem ser desenvolvidas pelos estudantes da Educação Básica. Ciente disso, Rafael Oliveira da Silva, professor de Educação Física da Terra Firme, tem desenvolvido um plano pedagógico especial. Nele, os alunos e alunas conhecem diferentes tipos de exercícios e, no 5º ano, o foco está na ginástica acrobática. Por conta disso, Rafael convidou para uma aula o professor de ginástica circense Nilo Neto, pai de um aluno da turma, o Joaquim.

“Vim a convite do professor Rafael para a gente fazer um diálogo entre o trabalho que ele está desenvolvendo, relativo à ginástica acrobática, que tem um diálogo muito interessante com o que a gente chama de acrobacia circense. Neste caso, acrobacia de solo, aquela que é feita no chão. Não a aérea, como a feita nos trapézios”, explica Nilo. Ele conta que é graduado em Educação Física, artista de circo e palhaço. Além disso, revela que ficou muito feliz por ter dado aula para a turma e, em especial, para seu filho.

Cultura corporal circense exige força, postura, equilíbrio e cooperação

Nilo compreende que proporcionou aos alunos e alunas uma experiência corporal de ampliação de repertório para a compreensão do circo como um elemento da cultura corporal. “A partir do trabalho cooperativo, essas crianças vão desenvolvendo os elementos físicos, então a gente trabalha com a força, com o equilíbrio e elementos posturais. Mas, não é o circo que desenvolve a postura, o equilíbrio e a força. É para se expressar com o circo que é necessário que se desenvolva a postura, a força, o equilíbrio e a cooperação”.

Ginástica acrobática estimula o cuidado com o outro

Rafael desenvolveu plano pedagógico contando a história da ginástica acrobática, inclusive com a exibição de um vídeo, antes de começar a prática. “Eu expliquei pra eles o jeito correto de se fazer, porque esse conteúdo traz essa percepção aos alunos de que eles precisam ter cuidado com o corpo do outro, porque, senão, podem se machucar. Então, começamos a prática e eles perceberam que, independente da característica de cada um, eles precisam um do outro para conseguir construir algo e que cada um é responsável no processo”, diz.

Todos saem ganhando

Segundo ele, o ganho com a participação de Nilo não foi apenas da turma. “Esse intercâmbio é bom para os alunos e é bom para mim. Porque, quando for abordar esse assunto novamente, com certeza vou tratar de temas que até então eu não tinha percebido”.

Fotos: Gilson Camargo