Com a orientação das professoras Mari Batelli e Fran Tockus, as turmas do 1º ano da Escola Terra Firme trabalharam a construção de um texto coletivo, pontuando e reforçando a importância da valorização de características boas entre as crianças. A experiência proporcionou a possibilidade de expressar sentimentos aos colegas e, mais do que isso, foi bastante ilustrativa para mostrar a função social que o texto escrito tem.

A professora Mari conta que necessidade de fazer uma atividade que abordasse a questão das características de cada um, ressaltando como positivas. “Fizemos uma roda, como fazemos todos os dias, e pedi que cada um falasse para o amigo da direita uma boa qualidade desse amigo, mas não podia repetir. Se eu falei que você é legal, ninguém mais podia falar a palavra, e assim desenvolvemos o vocabulário e o pensar aquilo que não é óbvio. Surgiram várias palavras, como generoso, gentil, parceiro, enfim, palavras maravilhosas. Fora isso, que já foi incrível, divulgações ainda um texto coletivo, explicando para os pais como foi feita essa atividade ”.

As professoras explicam que fizeram adequações técnicas na forma do texto, mas o conteúdo é todo das crianças. “Ficou muito bom. Fizemos uma roda de brincadeiras e eu disse que precisávamos explicar o que a gente fez para as pessoas que não participaram entendreem, assim as crianças entendam a função social do texto e exclamaram: ‘Ah, então se alguém que não participou da roda ler esse texto , vai entendre! ‘ Expliquei que é essa ideia, e que é por isso, fazendo um texto. A gente tem que pensar que quem está lendo não participou da roda, então não sabe o que aconteceu, por isso precisa explicar direito ”. Mari também contou que as crianças compreenderam a importância de se falar as coisas boas para os outros. “Achei esta frase fascinante: ‘Quando ouvimos uma coisa boa sobre nós, ficamos felizes e fazemos o mesmo com o amigo’.

Além da Terra – O trabalho faz parte do projeto “Além da Terra” que trabalha o habitat em todos os sentidos: físico, espacial, emocional, psicológico. “Agora, estamos trabalhando em questão de moradia física, mas no começo a gente optou por falar do corpo de cada um”, afirmou. Segundo ela, foi possível abordar a função social do texto, a questão coletiva de criar juntos ea de valorizar o positivo do outro, de aumento de vocabulário, tudo isso com uma atividade só. “Mas, o mais importante foi o valorizar o que o outro tem de bom e mostrar para o colega o que eu vejo de bom nele. Houve quem falou ‘Ah, eu sou parceiro e nem sabia!’ Foi super legal ”, comemorou.

A turma da professora Fran fez o mesmo trabalho e contou que foi muito bacana ouvir dos alunos e alunas como percepções deles e delas sobre os professores da escola e sobre a própria escola. “Os professores da escola ecoam coisas boas e a escola ecoa coisas boas porque tem espaço pra brincar. Essas são palavras deles, mostrando como enxergam esse processo de ecoar dentro da escola e isso também em relação aos professores ”. Fran também acrescentou que o texto coletivo prioriza a opinião das crianças, que têm voz, e que isso as valoriza, mostrando que as falas delas são realmente importantes. “Com esse tipo de trabalho reforçamos a autoestima e a autonomia, pois há uma reflexão acerca do que se está dizendo. E as crianças entendem também a função social da escrita,

Texto: Karina Ernsen
Fotos: Gilson Camargo

# TerraFirme30anos