Acabou na última sexta feira, 03/08, a Semana Pedagógica da Terra Firme. Durante três dias os professores se reuniram na escola para palestras, oficinas e debates. A Semana Pedagógica acontece antes do início das aulas em cada semestre e traz reflexões sobre a metodologia de ensino, valores e princípios da escola. Neste semestre, os temas da Comunicação não Violenta e da importância da meditação e do silêncio ganharam destaque.
Equipe pedagógica da Escola Terra Firme debate a Comunicação não Violenta e a importância da meditação e do silêncio.
No primeiro dia da semana pedagógica, Leandro Citelli, Renata Venceslau e Melissa Brotto, também professora de Yoga da escola, conversaram e realizaram atividades com os professores e professoras sobre “Comunicação Harmônica na Escola”. Segundo Leandro, a Terra Firme é uma escola de vanguarda e conhece a necessidade de trazer novas formas para novos desafios. “O Britânico Dominic Barter promove, desde 2003, a comunicação não-violenta (CNV). Ele criou diversos programas sociais no Rio de Janeiro, principalmente na área de segurança e social. A Terra Firme é vanguarda porque trabalha este tema na educação privada com educadores e gestores entre si e com alunos e alunas. Isto é bastante novo no sistema educacional privado. Além do que trabalhamos também a atenção plena, a meditação ativa e a dinâmica do círculo de paz para tratar de questões e conversas mais difíceis”, enfatiza.
Após a oficina, houve um momento de meditação e a tarde aconteceu a palestra “Didática da Inclusão”, com a psicopedagoga Simone Carlberg. Professores e professoras também discutiram o planejamento pedagógico para o semestre.
Algo em comum
No último dia da semana pedagógica foram trabalhados temas como “silêncio”, “liberdade” e “organização responsável”, com a diretora da Escola, Sandra Cornelsen, e a psicopedagoga Laura Monte Serrat. Sandra relatou a experiência que teve na Brookwwod Park School, na Inglaterra, que trouxe para a Terra Firme. A Brockwood é uma escola idealizada por Jiddu Krishnamurti, filósofo indiano que fundou escolas em diversas partes do mundo, com a proposta de uma experiência pedagógica singular. “Cada professor é tutor de sete alunos e alunas. Todo o trabalho cotidiano é compartilhado e há um compromisso de cada um com o bem-estar pessoal e coletivo. Professores e alunos utilizam os mesmos espaços, limpam, lavam as próprias louças. E cada criança e adolescente tem o seu projeto, construído de forma pessoal e intransferível, mas sustentado pelo grupo”, explica Sandra.
A proposta de desenvolvimento pessoal parece familiar a quem conhece a Terra Firme. Assim como na escola inglesa, guardadas as devidas diferenças, a perspectiva é envolver a todos, alunos, alunas, professores, professoras e famílias em um projeto cujas bases são a responsabilidade, a cooperação e a afeição. “Na Brockwood eles tentam otimizar a atenção, a comunicação e o aprendizado na relação dos estudantes com a equipe pedagógica. Os alunos e alunas participam com os professores do planejamento de seus programas de estudo individualizados e é isso que também estamos tentando fazer aqui na Terra Firme, mas temos muito a aprender com eles” diz a diretora da Terra.
Além disso, Sandra afirma que a escola inglesa também utiliza, como a Terra Firme, o mapa conceitual. “Do jeito deles, mas é a mesma coisa. Os estudantes desenham os objetivos e como serão realizados, vão complementando o que foi projetado, e fazem uma representação gráfica do aprendizado, como nós fazemos”.
Texto e fotos: Karina Ernsen
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