Tendo como base o incentivo à afetividade, o Dia da Família da Escola Terra Firme é um espaço de convivência que integra alunos e alunas, famílias e equipe pedagógica, gerando um clima agradável e descontraído em que todos interagem.
Nossa escola realizou no último sábado (25/3) o Dia da Família. Esse evento tem um significado muito especial, pois é uma das formas de construir, solidamente, o afeto entre a comunidade Terra Firme. Pais e mães conhecem outros pais e mães, as crianças têm um momento especial com suas famílias junto a outras famílias e os professores se aproximam dos pais e também entre si.
Sandra Cornelsen, diretora e idealizadora da Terra Firme, enfatiza que o afeto é essencial para incentivar a construção do pensamento crítico. “O primeiro foco é acolher a criança, para que ela tenha um desenvolvimento saudável em todos os aspetos: cognitivo, biológico e socioafetivo. É necessário que ela se sinta segura e acolhida. E, a partir disso, com essa criança plena, incentivá-la a pensar, pois quem pensa conquista o mundo”, explica.
Tanto as famílias que já estão na Terra Firme há anos, como algumas das que chegaram este ano estiveram no Dia da Família. Pais e mães veteranos, que no passado tiveram filhos na escola e agora retornam, como é o caso de Luciano de Almeida com a sua filha Giovana Weiss, participaram com muita alegria do evento. Ela está no Jardim III e Luciano retornou à Terra em busca dessa relação que a escola incentiva e possibilita. “Hoje o espaço da escola nos envolve e é uma oportunidade de nos conhecermos, nos relacionarmos sem a formalidade das cadeiras das escolas tradicionais”, diz.
Em casa
Gunther Furtado, pai de Cecília, do 6º ano, e Miguel, que está no 3º, já frequenta a escola há 25 anos quando seu sobrinho estudava na Terra Firme. “Aqui me sinto em casa, não só hoje, no dia da Família, mas sempre, pois somos sempre bem vindos. As crianças adoram a hora de vir para a escola e choram porque não querem ir embora”, constata.
A professora de Língua Portuguesa, Mara Ferreira, também enfatiza o fortalecimento dos laços da grande família Terra Firme. “Não são apenas os pais, mães e crianças que entram em contato, mas os professores também, pois aqui temos a oportunidade de criar vínculos com aqueles com os quais não estamos próximos no dia-a-dia”, declara.
Perceber o outro
Bianca Rocha, professora de musicalização e mãe da Iana, do 4º ano, está muito feliz com o afeto que tem recebido nesses primeiros dias de aula. “O afeto é essencial para o desenvolvimento integral da criança, para desenvolver a habilidade de perceber o outro como indivíduo, e não apenas como algo que integra a massa”, afirma.
Já Marina e Bernardo Clausi, pais de Clarisse, de 5 anos, e de Bianca, de 3 anos, estão surpresos com a felicidade e a liberdade das filhas. “As crianças têm liberdade e é tudo organizado, uma energia ótima e uma afetividade nítida”, enfatiza Marina.
Afeto e evolução
Segundo o Dicionário Houaiss, a palavra “afeto” vem do latim affectus, e designa um sentimento terno por uma pessoa, um animal ou uma coisa, sendo sinônimo de afeição e de afinidade, representando uma ligação espiritual em relação a alguém ou a algo. É algo muito importante na constituição do ser humano, tendo severa influência na determinação de seu ser e na orientação de suas ações.
O fato é que para entender e educar é fundamental levar em consideração a importância dos afetos nas relações humanas. Segundo o médico e psicólogo francês Henri Wallon, a afetividade é um dos aspectos centrais do desenvolvimento da pessoa e, juntamente com a inteligência, constitui um par inseparável na evolução do psiquismo. Ele compreendia que quando a afetividade e a inteligência estão integradas na criança há uma grande facilitação da evolução infantil.