Muito participativos e ansiosos por informações, os alunos e alunas do 2º ano, se deslumbraram diante da beleza do acervo do MAI, aprenderam muitas coisas novas, provaram mel e lancharam como se estivessem em uma aldeia.

As crianças das duas turmas do 2º ano do Ensino Fundamental da Escola Terra Firme visitaram, no dia 12 de março, o Museu de Arte Indígena (MAI), em Curitiba. As professoras Katia Bassetti e Silhane Cova acompanharam a visita guiada pela coordenadora do museu, Samantha Donner, e todos se encantaram com o que viram e ouviram.

A atividade integra os projetos que são desenvolvidos pelas turmas e que partem do livro “Crianças como você”, publicado pela UNICEF, que apresenta a forma como vivem as crianças ao redor do mundo. A escolhida para representar o Brasil na publicação dos fotógrafos Barnabas e Anabel Kindersley foi a índia Celina, que mora no Estado do Pará, e os alunos e alunas do 2º ano se interessaram pelo tema e foram conhecer a arte da cultura indígena, ponto de partida das linhas dos estudos e pesquisas interdisciplinares que realizarão durante o ano.

Deslumbramento – A animação dos alunos era imensa. Olhavam tudo e se maravilhavam com o deslumbrante acervo do museu. Já na chegada, não faltaram expressões elogiosas à exuberância das peças expostas. “Que lindo!”, “Que beleza!”, “Que chique!”, exclamavam. Todos queriam perguntar ou dizer algo que sabiam, mas a coordenadora do MAI, que gentilmente atendeu às crianças como eficiente guia, conseguiu organizar o passeio e transmitir valiosas informações sobre as peças exibidas. Os alunos e alunas provaram mel, assistiram a filmes e conheceram a riquíssima coleção de bancos indígenas em forma de animais, bem como os cocares, cerâmicas, armas e pinturas corporais da cultura indígena de diversas etnias. No final, um lanche coletivo, como se estivessem em uma aldeia repleta de ocas.

Quando perguntados acerca do sentimento que têm quando conhecem outra cultura, os alunos e alunas responderam sem pestanejar: “Respeito”, disseram. Atendendo ao comando da guia, passaram paulatinamente da agitação inicial, motivada pela ansiedade por novas informações, a uma silenciosa caça ao conhecimento, se movendo mais concentrados e respeitando o ambiente. “Se vocês quiserem aprender sobre como vivem os povos indígenas, é importante agir como eles na floresta”, explicou Samantha.

Interdisciplinaridade – A professora Katia Basseti estava contente com a visita e disse que os alunos fizeram pesquisas antes de conhecer o museu. “Pesquisaram sobre a cultura indígena e sobre o Pará, sobre os costumes, a geografia e também sobre as frutas típicas de lá, como o açaí, o cacau e o guaraná. Além disso, planejam encenar uma representação musical de ritmos locais com bonecos, acompanhados pelo professor de música Carlito Birolli. Também vamos fazer tinta com urucum, usada no grafismo corporal indígena, e uma releitura das artes desses povos”, detalhou. E explicou que, na metodologia de projetos, os conhecimentos são trabalhados de forma interdisciplinar, integrando as disciplinas, bem no espírito do Eixo Temático da Terra Firme em 2019, isto é, construindo pontes entre os saberes.

A professora Silhane Cova contou que além de assistir o filme “Tainá – Uma Aventura na Amazônia”, filme brasileiro de 2000, dirigido por Tânia Lamarca e Sérgio Bloch, os alunos e alunas realizaram uma produção textual acerca do tema. Ela ressaltou que o trabalho pedagógico interdisciplinar possibilita um aprendizado amplo sobre diversos temas. “Nas artes, estudamos as cerâmicas, as pinturas, por exemplo, assim como os hábitos e costumes, incluindo estudos com a disciplina da História. Os aspectos geográficos são também trabalhados, assim como são feitas relações com a matemática, a música e a língua. Na Educação Física, a professora Daniela Carneiro irá abordar as brincadeiras das crianças indígenas”, disse.

Fica a dica – O MAI fica na Avenida Água Verde, 1413, no bairro do mesmo nome, em Curitiba. Está aberto para visitas todos os dias, incluindo sábados. As visitações são sempre acompanhadas por guias e o horário vai das 10h às 17:30h, exceto nos sábados, quando o museu encerra as atividades meia hora antes. A instituição é mantida pela pesquisadora Julianna Podolan Martins, criadora do MAI, que foi inaugurado em Clevelândia, em 2009, e transferido para Curitiba em 2016. Há, ainda, outras atividades desenvolvidas, como oficinas de artesanato. O museu oferece uma boa oportunidade para conhecer a riqueza da cultura indígena brasileira.

Texto: Luiz Geremias
Fotos: Gilson Camargo

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