Mesmo com distância física, a comunidade Terra Firme mantém suas atividades nas aulas online. Sempre com o apoio afetivo da equipe pedagógica, alunos e alunas se organizam e estudam em casa, com planejamento e rotina, utilizando os recursos das plataformas digitais.
Quando há carinho e os vínculos afetivos que envolvem a prática pedagógica são fortes, os desafios são vencidos e o prazer de estar junto, ainda que não no mesmo ambiente físico, se mantém. A capacidade de reinventar e ressignificar formas de manter esse contato, fundado no afeto e na satisfação de descobrir coisas novas, tem sido exercitada todos os dias. A comunidade Terra Firme reforça os seus laços, graças ao envolvimento carinhoso que integra todos os seus membros, sempre comprometidos com o que o Eixo Pedagógico de 2020 define como “Contato com Tato”.
“Como tudo isso seria feito online?”
Maria Carolina de Almeida Amaral, a Miss Carol, professora de Língua Inglesa, conta que foi um grande desafio começar a lecionar em rede. Afinal, suas aulas são pautadas por muitas falas e muitas brincadeiras. “Como tudo isso seria feito online?”, ela se perguntou no início. “Tive que pesquisar muito para descobrir como transpor nosso mundo da sala de aula para o mundo virtual, mas deu certo! Juntos, estamos explorando novas formas de estimular a oralidade e novas brincadeiras que nos permitem perceber o inglês em outros espaços, não limitado apenas à sala de aula”.
Miss Carol inventou um jogo em que as crianças têm que procurar, ao seu redor, em casa, objetos que possuam determinadas características solicitadas e, depois, cada um deve dizer o que encontrou. O resultado é que alunos e alunas se empolgam e participam com muito interesse e animação. “Inicialmente, eu acreditava que seria difícil manter o interesse por outra língua através das aulas online. Mas, ao contrário, durante os nossos encontros, as crianças têm me mostrado que, mesmo estando fisicamente longe, é possível construir o conhecimento e a curiosidade com leveza e com afeto”, afirma.
A professora Mara Ferreira, que leciona Língua Portuguesa no Fundamental II, diz que a experiência tem sido desafiadora e muito gratificante. “Depois da vivência do isolamento tive que me reorganizar e reestruturar e isso me deu a oportunidade de enfrentar a mudança com uma capacidade de me reinventar que eu mesma desconhecia e vejo o quanto eu e meus alunos crescemos”.
Manter vínculos
Marcella Rabassi de Lima é mãe de Helena Schmidt (2º ano K), ela percebe que as aulas online são importantes, não apenas para o aprendizado dos conteúdos das disciplinas estudadas, mas principalmente para a preservação dos bons laços que envolvem alunos e equipe pedagógica. “As aulas estão ajudando a interação, são uma forma de manter o vínculo com a escola, amigos e professores, o que é muito importante. Helena assistiu a todas, e estamos fazendo atividades com ela em casa, como leitura e exercícios de matemática, para manter o ritmo de estudo”.
Diferencial qualitativo
Ana Carolina Caldas, mãe da Manoela (4º ano), entende que todos estão vivendo uma experiência inédita e, nela, estão experimentando e descobrindo novas formas de ensinar e aprender. Nesse contexto, avalia que a prática do “check-in/check-out” é um diferencial qualitativo da Terra Firme. “Tanto professores como alunos têm aprendido um novo modo de ensinar e aprender. Antes de todas as aulas, as professoras fazem o check-in e essa é uma oportunidade das crianças expressarem seus sentimentos sobre este momento. As aulas são na medida e as lições também, não sobrecarregando as famílias e nem as crianças”.
Organização
Para Fabiana Poerner, mãe do Miguel (6º ano) e da Cecília, a Ciça (9º ano), as crianças se adaptaram bem às aulas online, se organizam para assistir e, apesar de dificuldades pontuais, geralmente com a conexão, a avaliação é positiva. “Eles mesmos colocam o despertador, acordam, se arrumam e assistem às aulas. Por vezes, há problemas com a internet, mas costumam ser logo resolvidos. A Ciça, principalmente, gosta quando o professor disponibiliza conteúdos na plataforma (da Editora Moderna), pois pode estudar depois e compreender algo que não tenha sido entendido na aula”, explica.
Contato com Tato
Mãe de Alice (4º ano) e de Luísa (8º ano), Juliane Reali Willrich está satisfeita com as aulas. Afirma que conversou com a direção e com os professores, tendo elogiado o que avaliou como bom e também apontado o que pode melhorar. Entende que os professores estão se dedicando muito e que a escola está sempre em contato, conversando com os pais, algo que considera importante. “A Luísa se vira sozinha, muito bem, a Alice precisa às vezes ser lembrada. Fiz um horário semanal, criei uma rotina, distribuo as tarefas que, assim, não acumulam. Elas estão gostando e a Alice, um pouco mais tímida, fala menos, mas recentemente disse que a aula foi bem legal”.