Os professores Gustavo Hagebock Guimarães, de Matemática, e Daniela Carneiro, a Dani, de Educação Física, criaram uma estratégia pedagógica lúdica e instigante para ensinar geometria. Propuseram aos alunos e alunas do 6º ano uma atividade que envolve planejamento, experimentação e aplicação dos conceitos matemáticos relativos à geometria básica, abrindo caminho, ainda, para futuros aprendizados no campo da física.
Em uma das aulas de Matemática, a turma deixou a sala para uma atividade ao ar livre, sempre cumprindo as normas de segurança sanitária. Na quadra de areia da escola, cada estudante teve a tarefa de construir um circuito de minigolfe, de modo a compreender melhor conceitos geométricos, como plano, ponto, reta e ângulo. Em aula híbrida, com parte dos alunos e alunas presentes e outra parte on-line, realizando a tarefa com os recursos disponíveis em casa, o professor Gustavo deu atenção a todos.
Matemática na prática
“A ideia é visualizar de forma concreta conceitos abstratos. Antes desta atividade, houve um trabalho escrito e um planejamento do circuito feito em sala. Alguns vieram com o planejamento, outros preferiram primeiro criar o circuito para visualizar melhor. Cada um tem o seu jeito”, explica Gustavo. Ele conta que o projeto com o qual a turma trabalha neste trimestre tem o nome de “Diversos Universos” e, assim, essa experiência interdisciplinar está sendo entendida com o sentido de estudar a Matemática em um universo diferente do abstrato: o da aplicação prática.
Integrando conhecimentos e saberes
Depois de criar o seu próprio circuito, cada estudante deve registrar o que observou e aprendeu para que isso seja trabalhado em sala de aula. A professora Dani desenvolve, de forma integrada, uma outra etapa lúdica dessa atividade. A partir dos estudos e projetos realizados na disciplina de Matemática, a ideia é que a turma, em conjunto, crie um circuito de minigolfe, não mais que cada qual faça o seu, e que elaborem regras para o jogo, que será realizado, no caso, sem a utilização de tacos. “Esses circuitos, que cada um fez na aula de Matemática, são parte da atividade. Ainda vamos ter uma outra etapa nas aulas de Educação Física. Assim, são pelo menos duas situações: na primeira, eles utilizam a Matemática como base para construir o circuito, depois criam as regras, pontuação, se há penalidades etc. e jogam, claro”.
Formando seres pensantes
O aluno Samuel Zanin demonstrou destreza na atividade, compreendeu rapidamente como elaborar o seu circuito e encontrou tempo para ajudar os colegas. “Achei muito massa fazer essa pista. Pensei em fazer um caminho só, mas entendi que assim o percurso ficaria muito fácil”. Já Lucas Camargo também foi bastante engenhoso na elaboração do circuito e o fez um pouco maior do que os dos colegas, o que lhe deu mais trabalho. Ele ficou muito feliz quando conseguiu terminá-lo e comemorou. “Estou gostando muito de estudar ângulos, retas e planos em uma pista de minigolfe”, disse, entusiasmado. Gabriel Glinski planejou uma pista super elaborada e teve que fazer algumas alterações para viabilizá-la. “A ideia inicial era fazer uma rampa para a bola saltar, mas não conseguia velocidade para isso. Então, substituí por uma ponte e um túnel”.
Apesar de ter sido criada e elaborada pelos professores Gustavo e Dani, a atividade abre caminho para compreender outros conceitos, como os de velocidade, atrito, curvatura e angulação, relativos à Física, que compõe a disciplina de Ciências. A formação interdisciplinar proposta pela Escola Terra Firme enriquece o aprendizado ao interconectar conhecimentos e saberes. Na Metodologia de Projetos utilizada na escola, as disciplinas dialogam, possibilitando a alunos e alunas uma vivência pedagógica enriquecedora. A proposta é formar seres pensantes e cidadãos responsáveis, com autonomia para pesquisar e entender, de forma ativa e crítica, o mundo que os cerca.