Projetos promovem autonomia e protagonismo

23/03/2022

Autonomia e Protagonismo
Na Terra Firme, o ano letivo começa com a definição dos projetos e a produção dos mapas conceituais que os acompanham. Todos se integram no processo de definição das pesquisas e atividades que serão realizadas nos meses seguintes. Não há um plano preestabelecido, há um roteiro a ser seguido de acordo com o interesse das turmas. Alunos e alunas são protagonistas no processo e o corpo docente ensina e aprende com a interdisciplinaridade.

Trabalhar com a metodologia de projetos é, para Luciane Alves Ferreira Mendes, professora de Língua Inglesa da Terra, uma satisfação. “É prazeroso dar aula dessa maneira. Para mim, é muito mais aprendizado como professora, porque a cada trimestre eu tenho que me reinventar. Por mais que tenha o conteúdo programático, eu tenho que pesquisar o que eu posso fazer naquele projeto específico”, explica.

Projeto conecta a interdisciplinaridade

Autonomia e Protagonismo: o objetivo, diz Luciane, ou Miss Lu, como é conhecida na escola, não é derramar conteúdos sem levar em conta a subjetividade das alunas e alunos. “É importante entender que alunos e alunas têm as suas demandas e não pensam no projeto à toa”. Dessa forma, a aprendizagem se torna mais interessante, pois contextualizada e com atividades conjuntas. “As disciplinas são completamente diferentes, mas o conteúdo acaba se encontrando. O projeto conecta a interdisciplinaridade”, diz.

Por exemplo, no projeto “Perspectivas” do 8º ano, Língua Inglesa, Língua Portuguesa e História se integram para estudar o gênero literário “biografia”. Nessa mesma turma, as aulas de food and flavours (alimento e sabores) são articuladas com a disciplina de Ciências, ministrada pela professora Cristiane Paris, que aborda a nutrição e o desenvolvimento corporal. “Os alunos pensam no tema em minha aula e repensam isso novamente na aula da Cris. As atividades em conjunto mostram como o inglês e a ciência estão relacionados”.

A metodologia utilizada nas aulas de Língua Inglesa da Escola Terra Firme é a CLIL (Content and Language Integrated Learning), realizada em parceria com a Richmond Solution, uma empresa com sede em Oxford (Inglaterra). Trata-se da “Aprendizagem Integrada de Conteúdo e Idioma” que tem como estratégia a contextualização prática do uso da língua, que é integrada às demais disciplinas. Segundo Miss Lu, essa metodologia é adequada ao trabalho com projetos e dá dois exemplos: “Não há como entender os adjetivos comparativos sem o contexto oferecido por outras disciplinas e não há como aprender o vocabulário relativo à family sem integrá-lo, sem contextualizá-lo na história, na literatura e na arte, por exemplo”.

Trabalhando juntos: Autonomia e Protagonismo

Autonomia e Protagonismo: a turma do 6º ano definiu o tema “Costurando ideias” para o seu projeto. Nele, Miss Lu vai estudar os nomes que definem family members (membros da família) e o professor de História Sidnei José da Silva vai abordar a constituição das famílias desde a pré-história. “Vamos trabalhar juntos como a família vai mudando ao longo da história”, planeja. Em outros temas, está prevista a integração com outras disciplinas, como Educação Física e Geografia.

No 9º ano, o gênero literário “poesia” articula as línguas inglesa e portuguesa e, dentro do projeto da turma, “Inércia”, Miss Lu, a professora Cris Paris e o professor de Matemática Gustavo Hagebock Guimarães estão juntos pensando o tema. “Entendi que a melhor forma de sair da inércia é por meio do debate, do contato com a diferença”. Ainda no 9º, junto com a professora de Arte, Kelly Cordeiro, Luciane vai trabalhar com a turma o vocabulário para pensar e definir os movimentos artísticos.

Já na turma do 7º ano, cujo projeto é “Pensamentos e Sentimentos”, uma proposta que integra inglês e arte é realizar uma atividade de construção de um self portrait. (autorretrato) com a técnica da colagem. “Pensar o que em nós é pensamento e o que é sentimento, que parte do corpo é uma coisa e que parte é outra. O que está mais ligado a pensamento e o que está mais ligado a sentimento e, no final das contas, entender que tudo está junto num mesmo corpo”.