Em um momento difícil, em que sair de casa nem sempre é possível, as crianças das turmas do 4º ano da Escola Terra Firme expressaram seus sentimentos com releituras de obras de arte que viraram estampas de máscaras de proteção.

As turmas do 4º ano tiveram uma experiência bastante sensível e criativa nas aulas de Artes. Neste momento, em que tantos sentimentos estão envolvidos, as crianças, com o apoio da professora Silhane Cova e da coordenadora Kelly Cordeiro, expressaram a necessidade de falar do que sentem, daquilo que traz saudades e do que gostariam de ver pela janela. As emoções afloraram e a melhor forma de expressá-las foi desenhando. O resultado foi transformado em estampas personalizadas para máscaras de proteção, aquelas que todos devem usar quando saem de casa para evitar a transmissão e o contágio da doença Covid-19.

O 4º ano A viajou no tempo, pelo passado e futuro. Alunos e alunas começaram estudando as diferentes linguagens artísticas, como a pré-histórica arte rupestre, e a contemporânea arte do grafite. No percurso, chegaram ao incrível artista Vincent Van Gogh e conheceram a obra “A Noite Estrelada” (imagem acima) que, justamente, retrata a paisagem que o artista via da janela do quarto do hospital em que esteve internado, nela acrescentando uma vila que, na verdade, estava na sua imaginação. As crianças, que, por conta do isolamento necessário para evitar o contágio, têm visto em boa parte o mundo pela janela, adoraram o tema e puseram mãos à obra nos desenhos.

Já a turma do 4º ano B se focou nos movimentos, principalmente o antropofágico e o futurista, e se interessaram pela artista Tarsila do Amaral. Para expressar o que sentem neste momento, usaram como inspiração a expressiva obra “Figura Só” (imagem acima), na qual uma singela figura feminina, que bem lembra uma lágrima, está em uma paisagem um tanto vazia e melancólica, na qual o movimento parece se resumir ao proporcionado pelo vento, que a artista representou pela projeção do cabelo da solitária figura.

“Pensei nas máscaras devido ao momento e sugeri, depois de falarmos sobre os artistas, sobre os sentimentos que estamos vivendo, e dos desenhos feitos, sugeri colocá-los em máscaras, pois este é um momento que vamos lembrar para sempre e que foi lindamente representado nos desenhos”, explicou Silhane. Ela contou que, no início, as crianças acharam estranho, perguntaram como fazer isso. Mas, quando souberam que a professora tinha como produzir, em casa, as máscaras de pano, abraçaram a causa e o resultado foi o melhor possível. “Ficaram lindas!”, comemorou.