Os alunos do 9º ano da Terra Firme plantaram uma árvore e, junto a ela, guardaram carinhosamente uma “cápsula do tempo”, contendo mensagens que somente serão desenterradas em 2030. Alunos e alunas registraram, para si mesmos e para os colegas, ideias e sentimentos que sentem como importantes neste momento em que estão concluindo o Ensino Fundamental e deixando a escola. A sensação de todos foi a de viajar no tempo, prevendo e projetando quem serão e o que sentirão, dez anos no futuro, quando a cápsula for aberta.

A orientadora pedagógica Ana Carollina Brofman explica que a proposta é marcar este momento histórico significativo, em um exercício socioemocional que estimula a reflexão sobre a passagem do tempo. O realce está nas lembranças significativas relacionadas aos vínculos formados durante o tempo em que estudaram na Terra Firme. “Nossos ex-alunos sempre têm esse vínculo muito forte com a escola e, de tempos em tempos, vêm nos visitar. Isso nos traz o aconchego das memórias e este projeto da cápsula do tempo nos dá a perspectiva de, mais uma vez, revivermos juntos essas lembranças”.

Sementes do Amanhã

O projeto ganhou o nome de “Sementes do Amanhã” e é especial porque representa o que sentem e pensam esses jovens que, em um contexto de distanciamento social, chegam ao final de um importante ciclo. Essa passagem do Ensino Fundamental para o Médio sempre foi, na Terra Firme, marcada por atividades de integração e congraçamento. Em 2020, porém, as medidas preventivas, determinadas pelas autoridades de saúde para conter o avanço do contágio da Covid-19, trouxeram uma situação bastante peculiar, com a restrição da proximidade física e, consequentemente, das festividades que simbolizam as conquistas realizadas e a perspectiva dos desafios que virão.

“O objetivo é registrar este fato histórico que estamos vivendo com a pandemia. Já foram realizados outros projetos do mesmo tipo, mas cada um tem o seu contexto específico. As lembranças descritas pelo 9º ano e inseridas na cápsula, enterrada junto às raízes da árvore que eles mesmos plantaram, vão compor um registro importante deste nosso tempo”, explica Ana Carolina.

Memórias afetivas

Davi Carneiro, aluno do 9º ano, gostou da experiência e revela ter expectativas para quando rever o que depositou na cápsula do tempo. “Escrevi coisas que eu sei que vão ‘dar gatilho’. Registrei acontecimentos, como o acantonamento e o acampamento, e falei dos melhores amigos”. Sua colega de turma, Michaela Gulin Peixoto, já faz projeções para o futuro. “É interessante, porque você escreve algo, um relato, que, sem este registro [que está na cápsula], provavelmente você não lembraria mais tarde”.