Interdisciplinaridade no Centro Histórico
Por ocasião da comemoração dos 329 anos de Curitiba, as turmas do 6º e do 7º ano tiveram uma instigante aula interdisciplinar no Centro Histórico da cidade. Alunos e alunas puderam conhecer, in loco, marcos da fundação e do desenvolvimento urbano, como o bebedouro do Largo da Ordem, casas centenárias e a Catedral Basílica de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais. Os professores Sidinei José da Silva e Kevin Pscheidt, respectivamente de História e Geografia, e Leonardo Guadagnin, que auxiliou na organização, comandaram a excursão.
Perspectiva interdisciplinar
“Começamos a visita observando os traços arquitetônicos trazidos pelos imigrantes, que vieram para cá e aqui deixaram um pouco de sua cultura”, explicou Kevin. Ele ensinou como utilizar um mapa, localizou os marcos históricos visitados e mostrou como se deu a formação da cidade. “Assim, foi possível acompanhar o processo histórico e geográfico da expansão urbana, identificando, inclusive, os períodos em que foram acontecendo as principais transformações”.
E foi no Museu Paranaense, fase final da excursão, que alunas e alunos se posicionaram diante de uma maquete que ilustra bem todo esse processo de urbanização. Com isso, foram incentivados a se aprofundar no tema, tirando dúvidas e respondendo questões propostas. “Na perspectiva da interdisciplinaridade, vimos os elementos históricos para relacioná-los com a geografia. Vimos os conflitos, os limites e traçados territoriais, examinamos a maquete de Curitiba e tivemos acesso a informações sobre os povos indígenas que habitam o Paraná”, disse o professor de geografia.
Interdisciplinaridade no Centro Histórico: Importância dos registros históricos
Já o professor Sidinei falou sobre a importância das fontes documentais históricas, que podem ser textuais, pictóricas ou arqueológicas. “Esses registros são parte de uma memória que precisa ser preservada para estudar e compreender o presente. Tenho trabalhado isso nas aulas. Os museus são como álbuns da história de um lugar, de um povo, e há também que citar os testemunhos vivos que os mais idosos dão. Os alunos estão refletindo sobre como é importante registrarmos o que acontece”.

Maquete representativa da Redução Jesuítica de Santo Inácio Mini, fundada em 1610, pelos padres Simão Masseta e José Cataldino, na Província del Guairá. Em 1617, na área havia 850 famílias de índios Guarani, sendo que 500 crianças estudavam no colégio, situado ao lado da igreja. Foi destruída em 1632 por bandeirantes paulistas, com a fuga épica de parte dos seus índios pelos rios Paranapanema e Paraná.
Interdisciplinaridade no Centro Histórico: Interesse e participação
Amanda Anhaia e Letícia Walger trabalham no Museu Paranaense e ciceronearam as turmas. Ambas elogiaram a atenção, o interesse e a participação das crianças. “Os professores vieram junto, o que ajudou na concentração, e alguns alunos se mostraram curiosos e perguntaram muito, o que é muito bom e me deixa feliz”, declarou Letícia.
Segundo Amanda, foram passadas informações de acordo com os objetivos pedagógicos dos professores, em especial a cartografia e a história do Paraná. Sobre o comportamento das turmas, disse: “Cada visita é diferente da outra. Nesta, as turmas demonstraram interesse e participaram bastante”.

Theodoro De Bona, Fundação da Cidade de Curitiba (estudo), 1947. Óleo sobre tela.

Paulo Assumpção, Mercado Municipal, Casa da Câmara e Cadeia Pública de Curitiba, 1886. Óleo sobre tela.

Alfredo Andersen, Rua Buenos Aires, Curitiba, 1910. Óleo sobre tela.

Nossa Senhora da Luz dos Pinhais. Imagem em terracota trazida para a Vila de Atuba pelos primeiros colonizadores luso-brasileiros, no início do século XVII. A imagem ocupou o altar da antiga capela e, posteriormente, da primeira catedral de Curitiba, até 1720. Em 1903 foi incorporada ao acervo do Museu Paranaense pelo então diretor Romário Martins.