As meninas e os meninos da turma do 5º ano tiveram uma aula de filosofia e aprenderam muitas coisas. Descobriram que a filosofia não é meramente um assunto tratado nos livros, mas está presente em boa parte de nossas vidas. Além disso, é importante para entendermos a realidade que nos cerca e foi fundamental para a humanidade alcançar os conhecimentos, inclusive técnicos, que tem hoje. No entanto, o que mais chamou a atenção da turma foi a descoberta de que as crianças têm muito em comum com os filósofos.
O professor Willian Mac Cormick Maron é psicólogo, psicanalista e doutor em Filosofia. Leciona na Universidade Tuiuti e é pai de Ian, do 5º ano. Foi dele a aula, apresentada com a participação do filho, que encantou os alunos e alunas. Logo no início, Willian disse às crianças que elas têm características que os filósofos também possuem: criatividade, imaginação e, principalmente, curiosidade. “Nem todo adulto tem isso. Tem adulto que acredita que já sabe tudo e o que caracteriza o filósofo, e também a criança, é o querer saber”.
A importância do pensamento: Filósofos e crianças têm muito em comum
A ideia da aula surgiu quando a turma estudava a Grécia e leu a Odisseia, de Homero, um clássico da literatura. O livro conta a aventura do grego Ulisses no retorno a sua casa, depois da guerra de Troia, enfrentando os mais diversos perigos. O interesse foi grande e o tema “filosofia” surgiu, levantado por alguns estudantes. “Foi uma demanda que partiu deles. Houve o desejo de saber mais e o Ian sugeriu que seu pai poderia ajudar a entender melhor o assunto”, explicou a professora Franciane Napoleão.
Durante a aula, Willian deu bastante ênfase à importância do pensamento. Segundo ele, a filosofia serve para nos ajudar a pensar e, quando começamos a fazer isso, não vemos mais as coisas da mesma forma. “Pensar para resolver problemas, para saber como se dão as coisas, de onde vêm. É um exercício como outros, por exemplo, como levantar pesos. Se a gente não pratica, atrofia”, disse.
A verdade não é sempre a mesma
Para ilustrar como se dá o processo de filosofar, o professor usou as noções de verdade, beleza, tempo e espaço. Explicou que o belo está no nosso olhar, que a verdade não é sempre a mesma e que do tempo e do espaço pouco conhecemos, a não ser as suas unidades de medida. “É interessante notar, por exemplo, que o tempo não passa da mesma forma em todas as situações ou lugares. Quando estamos em uma sala de espera, o tempo parece passar devagar. Já quando estamos brincando, o tempo voa!”.
No final, alunos e alunas apresentaram, em dupla, um resumo da vida e da obra de filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles, da Antiga Grécia, bem como os da modernidade europeia, como Descartes, Kant, Rousseau, Marx e Freud. Sem esquecer de Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre, mais recentes, filósofos cujas obras ainda não completaram 100 anos.
Fotos: Gilson Camargo