Não é à toa que a Escola Terra Firme tem esse nome. Nela, tudo é feito de forma que o aprendizado seja construído com autonomia, mas não apenas isso. O crescimento pessoal tem atenção especial, as mudanças são incentivadas e acompanhadas.
Aprender é importante, mas aprender a aprender é mais importante ainda. Na Escola Terra Firme, o aprendizado dos alunos e alunas vai além dos conteúdos curriculares. A atenção é total no que diz respeito ao cuidado com as mudanças que acontecem no percurso escolar, bem como na própria vida. As transições, como a do 1º para o 2º ano e a do 5º para o 6º ano, se dão com atenção total, ouvindo alunos, alunas e famílias, preparando a base para o futuro e incentivando a autonomia.
As passagens do Infantil para o Fundamental I e também para o Fundamental II trazem muitas mudanças no dia a dia dos alunos e alunas da Terra Firme. A equipe pedagógica da escola, por conta disso, prepara um ritual que pretende tornar mais branda essa transição. Para as turmas do 1º ano são realizadas reuniões com as famílias, já no caso dos pré-adolescentes do 5º ano há uma atenção especial para que adquiram segurança suficiente e desenvolvam a autonomia necessária para encarar a nova realidade.
Sandra Cornelsen, diretora da Terra Firme, explica que a preocupação em dar segurança para as transições é tradicional na Terra. Há anos são realizados esses ritos, sempre com um cuidado especial com os alunos e alunas, e também com os pais e mães, que participam de reuniões com a equipe pedagógica, nas quais são informadas todas as mudanças e todas as dúvidas são esclarecidas. “É que na Terra Firme, as mudanças são fundamentais”, afirma.
Oficina de Alfabetização
A Oficina de Alfabetização, direcionada aos pais e mães das turmas do 1° ano da Escola Terra Firme, busca falar e instruir sobre as mudanças que ocorrem no 2° ano, quando se passa a trabalhar com notas e outras avaliações realizadas para mostrar o quanto o aluno apreendeu e assimilou dos conteúdos compartilhados. Essa mudança acontece de uma forma muito especial na Terra Firme, pois o salto significativo da alfabetização acontece dentro de uma metodologia de projetos que envolve os professores, as crianças e a família.
Vivência e convivência
Já os alunos e alunas do 5º começam, logo no início do segundo semestre, a serem mobilizados para que se informem sobre as mudanças que virão no próximo ano letivo, quando ingressam no 6º ano. E nada melhor para isso do que promover um grande encontro entre as turmas, durante o cotidiano de aulas.
Uma das mudanças que ocorre nessa passagem é a do turno em que ocorrem as aulas. Os alunos e alunas do 5º ano estudam na parte da tarde e passarão para o turno da manhã. A transição, no entanto, não é tão brusca quanto poderia, pois a Terra Firme, pensando no melhor aproveitamento escolar e no bem estar das famílias, inicia as aulas às 8h. Assim, os alunos e alunas podem ter mais horas de sono e estar bem preparados para o estudo. Afinal, acordar cedo é bom, e as crianças logo vão descobrir, mas não é preciso acordar de madrugada para saber disso. “A Terra Firme inicia as suas atividades às 8h, o que facilita a vida de pais e filhos, que não precisarão acordar tão cedo nas manhãs frias de Curitiba, sem prejuízo da carga horária”, explica a diretora.
Autonomia
Um dos focos fundamentais é o da construção da autonomia. Para aprender a aprender é necessário vivenciar a situação nova, tirar conclusões e construir a própria forma de lidar com ela. “Tudo isso no tempo certo e com respeito”, diz Sandra.
Em consonância com o amadurecimento, os avanços nas séries trazem cobranças maiores em relação a algumas atitudes, em níveis específicos para cada faixa etária. A coordenadora pedagógica do Fundamental, Thâmy Padilha, explica que as crianças passam por mudanças não apenas externas, mas também internas, tanto no corpo quanto na compreensão do mundo. Segundo ela, a escola precisa estar preparada para lidar com isso, incentivando a encarar os desafios que levam ao crescimento de forma consciente. “Por isso, é inevitável que as cobranças mudem, se tornem paulatinamente mais voltadas ao que diz respeito à organização e aprofundamento das pesquisas, bem como ao respeito a normas e regras básicas”, afirma.
De acordo com as suas possibilidades, os alunos e alunas são sempre convidados a acompanhar o processo de avaliação, de forma contínua, de modo a poder identificar como estão sendo avaliados e poder, assim, intervir nesse processo de forma ativa. A ideia é que a nota é um reflexo de um percurso, não algo inventado arbitrariamente, e o aluno ou aluna deve ser participante e assumir a autoria de seu próprio aprendizado.